Sonoka Goto, jogadora japonesa fala sobre experiência em Cotia

Há alguns dias desembarcou no Brasil a jogadora de futsal japonesa, Sonoka Goto, para um período de treinamentos e aprimoramento no Kurdana Cotia. É a segunda vez que ela vem ao Brasil. Nas férias de 2010, fez um período de treinamentos no Palmeiras.

Vinda de Saitama, que fica na região noroeste do Japão, Sonoka foi entrevistada pelo cotiatododia. Falou sobre sua vinda para Cotia, das dificuldades, dos passeios, da preocupação com o terremoto em seu país e esbanjou simpatia, marca registrada desta japonesinha de 20 anos que no ano que vem se forma em medicina.

Durante 40 minutos ela falou com a reportagem do cotiatododia. Foi entrevistada pelo empresário, radialista e amante do futebol, Hélio Ricardo Pedroso (*). A entrevista foi feita em inglês, com algumas intervenções em japonês por este repórter e em alguns momentos, Sonoka arriscou algumas palavras em português, que aprendeu com suas companheiras de time.

Sonoka vai embora no dia 6 de abril e conta que pretende voltar mais uma vez ao Brasil (esta é a segunda vez que ela veio para cá), quem sabe , para um dia jogar futsal em algum time brasileiro.

Vamos à entrevista:

-Como surgiu a oportunidade de vir fazer este estágio em Cotia?

Como eu já tinha vindo uma vez para o Brasil e sabia do futsal de Cotia, tive a oportunidade de vir fazer este estágio. Fiz contato, deu tudo certo. Aproveitei que estou de férias na universidade e vim. Foi tudo muito rápido e acabou acontecendo.

-Fale um pouco do futsal feminino no Japão e de sua experiência no esporte

Comecei a jogar com 12 anos no futebol de campo. Jogava campeonatos escolares e ganhei alguns títulos. Fui pra seleção sub-17, mas não joguei. Depois fui jogar futsal. Estou há dois anos jogando. Atualmente jogo no Dolce da Donna, em Saitama. Meu time não é muito conhecido, mas espero que em breve possamos ter mais reconhecimento e que este estágio me ajude. O futsal feminino não é muito forte no Japão, mas está em crescimento. Lá o futsal é menos rápido que no Brasil e aqui estou aprendendo a jogar com mais velocidade e com mais raça.

-Quais as dificuldades que encontrou aqui no Brasil, com o idioma, comida, moradia?



O maior problema é o idioma. É muito difícil, mas as jogadoras tem me ensinado alguma coisa, mas nos comunicamos com gestos e um pouco de inglês. A comida daqui é gostosa, aprendi a comer muitas coisas gostosas. (Perguntada se não sente falta dos populares obentôs, a marmita japonesa, ela disse que um pouco, mas está gostando da comida brasileira).

Estou morando com algumas jogadoras e o lugar é bonito e tranquilo. (Se referindo ao CTFAC, onde algumas jogadoras do Kurdana moram).

-Como é sua vida no Japão, o que faz no dia a dia?

Eu estudo medicina em Tokyo. Vou me formar no ano que vem. O estudo toma muito do meu tempo, mas ainda dou aulas de matemática e jogo futsal.

-Logo que você chegou ao Brasil, houve o terremoto e tsunami no Japão. Você ficou preocupada? Sua família e amigos tiveram algum problema?

Quando soube fiquei preocupada. Tentei falar com minha família e não conseguia. Só fiquei tranquila quando consegui falar com minha família e vi que estava tudo bem. Eles sentiram os tremores, mas não aconteceu nada. Fico triste pelo povo do Japão, que está sofrendo muito com a falta de água, combustível e comida e as famílias que perderam parentes. Espero que tudo volte ao normal logo.

Quais são seus planos para o futuro?

Quero voltar para o Japão e ajudar meu time a ser mais reconhecido. Me formar em medicina, trabalhar, e quem sabe um dia vir jogar futsal no Brasil.

Ao término da entrevista, Sonoka pediu desculpas por não entender algumas perguntas e disse que seria bem melhor se fosse em japonês. Com seu jeito tímido, se despediu, e foi ao encontro das companheiras de alojamento. Foi embora, descansar, pois a técnica Andressa Azevedo deu folga no período da tarde desta quinta-feira.

Andressa e as jogadoras que moram no CTFAC falaram da convivência com Sonoka. Comunicam-se de todo jeito; em português, inglês e nos gestos. Sessa disse que ela é aplicada nos treinamentos e revelou um segredinho que vamos compartilhar com nossos leitores: Sonoka gosta muito de comer. Adorou a comida brasileira, como ela mesma disse a nós.

Sonoka vai embora dia 6 de abril. Quem conviveu com ela, ficará com saudades. Sonoka também. Confessou-nos que apesar das saudades que está sentindo do Japão, depois que partir, sentirá saudades de Cotia e das amizades que fez em nossa cidade. Quem sabe um dia ela volte e venha a vestir a camisa do Kurdana….

Fonte: Cotia Todo Dia





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